Pausa pra um papo direto, sem tabu: transar menstruada é algo que muita gente evita, mas pouca gente realmente discute. Por isso, abrimos esse debate sexistencial pra falar de corpo, prazer, limites e por que não? fluidos.

Menstruação: vilã do desejo ou parte do ciclo?

Durante séculos, a menstruação foi tratada como algo sujo, vergonhoso e até místico. O resultado? Muita gente ainda sente culpa, nojo ou vergonha de lidar com ela no sexo.

Mas a real é que a menstruação não anula o desejo. Muito pelo contrário: algumas pessoas relatam sentir mais tesão nesse período, graças às mudanças hormonais (oi, pico de estrogênio e progesterona!). Outras preferem o autocuidado, o descanso, o silêncio do corpo. Ambas estão certas. O importante é se escutar.

De acordo com uma pesquisa publicada na revista Feminism & Psychology (Fahs, 2011), menos de 50% das pessoas entrevistadas mantêm relações sexuais durante a menstruação. Entre os principais motivos, estão:

  • Sensação de desconforto físico

  • Medo do julgamento do parceiro(a)

  • Nojo ou repulsa aos fluidos

  • Falta de conhecimento sobre higiene e possibilidades

Mas também há quem diga:

“É quando me sinto mais conectada comigo mesma.”
“Me dá alívio das cólicas.”
“O orgasmo vem mais rápido.”
“Fico com mais tesão do que nunca.”

Sexo menstrual é sexo com contexto. Não existe resposta certa ou errada, existe conversa, cuidado e consentimento. Se a ideia te agrada, mas ainda bate aquela dúvida, aqui vão algumas dicas:

  • Toalhas escuras ou no banho: ajudam a lidar melhor com o “cenário” e criam mais segurança.

  •  Lubrificante? Às vezes nem precisa, mas sempre é bem-vindo.

  • Dialogar é sexy: perguntar como a outra pessoa se sente pode abrir espaço pra intimidade real.

  •  Métodos de barreira: como camisinha externa ou interna, protegem contra ISTs mesmo menstruando.

Vamos desconstruir juntos?

Sexo durante a menstruação não é só uma escolha íntima  é também um ato de autoconhecimento, liberdade e (por que não?) rebeldia.
É sobre romper com os silêncios que nos ensinaram, desafiar a ideia de que nossos corpos só são desejáveis em “dias secos” e lembrar que a gente merece prazer em todas as fases do ciclo.

Não existe jeito certo de viver a sexualidade. Existe o teu corpo, teus limites, os teus desejos. E na maioria das vezes isso muda. Às vezes, a gente quer só um cobertor e um chocolatinho. Outras vezes, o corpo pede conexão, calor, transbordo.

E tá tudo bem.

Mas só é possível viver isso com plenitude quando a gente tira o tabu do caminho. Quando transforma o "eca" em "opa", o "será?" em "bora conversar".