O elevador parou no último andar e as portas se abriram revelando a cobertura silenciosa. Helena entrou devagar, o salto fino batendo contra o piso de mármore polido. O ambiente era amplo, moderno, com janelas de vidro que iam do chão ao teto, oferecendo uma vista arrebatadora da cidade iluminada. Mas ela não olhava a paisagem.
Rafael estava ali, de costas, segurando uma taça de vinho. O reflexo avermelhado tingia o cristal, mas era o olhar que ele lançou sobre ela — intenso, carregado de fome contida — que a fez prender a respiração.
Você demorou — disse, sem sorrir, a voz grave e baixa.
Helena pousou a bolsa no sofá de couro e caminhou até ele com passos calculados. O vestido longo de cetim negro envolvia suas curvas, cada movimento desenhando silhuetas que a luz suave dos lustres realçava. Parou atrás dele e deixou os dedos deslizarem pelo ombro largo.
Estava escolhendo o perfume certo para te enlouquecer — sussurrou em seu ouvido, antes de morder de leve sua nuca.
Rafael fechou os olhos por um instante, respirando fundo. Quando se virou, prendeu-a contra o vidro frio da janela. A cidade parecia assistir, mas só os dois existiam. O beijo veio intenso, urgente, como se fosse proibido, como se tivessem guardado meses de desejo em silêncio.
As mãos dele deslizaram pela cintura dela, apertando com força. Helena gemeu baixo, prendendo o lábio inferior dele entre os dentes. O vinho da taça escorreu quando Rafael a largou na mesa de centro, o líquido rubro manchando o tapete claro, mas nenhum dos dois se importou.
Ele a ergueu nos braços e a sentou sobre a mesa de jantar de vidro, espalhando talheres e taças pelo chão. O vestido deslizou até o meio das coxas, revelando a lingerie de renda negra escolhida com cuidado. Rafael parou por um instante, apenas a observando, os dedos traçando linhas lentas pela pele exposta.
Você planejou cada detalhe — murmurou, o olhar queimando.
Helena inclinou a cabeça, sorrindo com malícia. — E se eu disser que sim?
Ele não respondeu. A boca cobriu a dela novamente, os beijos descendo pelo pescoço, pelo colo, abrindo caminho até que ela arqueou o corpo sobre a mesa. O som da respiração ofegante misturava-se ao ranger do vidro sob o peso deles.
As roupas foram caindo no chão uma a uma: o paletó caro, a camisa desabotoada às pressas, o vestido deslizando como seda em chamas. O contraste entre a pele fria do vidro e o calor dos corpos era eletrizante. Rafael a puxou mais para si, fazendo-a soltar um gemido alto que ecoou pelo espaço silencioso da cobertura.
O ritmo começou lento, quase torturante, como se quisesse prolongar cada segundo. Mas logo a fome tomou conta. Helena agarrou os cabelos dele, puxando com força, enquanto seus quadris acompanhavam o movimento. Rafael a dominava, mas ela reagia, invertendo posições, empurrando-o contra a cadeira e montando sobre ele com confiança.
Você gosta quando eu mando, não é? — sussurrou, rebolando de forma lenta e provocante.
Ele segurou sua cintura com força, os dedos marcando a pele, os olhos escuros brilhando com intensidade. — Só com você.
A noite avançou em gemidos altos, no tilintar das taças caindo, no ranger dos móveis que testemunhavam o desejo proibido. Entre pausas curtas, goles de vinho eram divididos entre beijos molhados, o líquido escorrendo pelos lábios dela que Rafael lambia com prazer.
Quando o sol começou a nascer, a luz dourada invadiu o ambiente. Helena estava sobre ele, os movimentos mais lentos agora, quase preguiçosos, mas ainda carregados de malícia. O suor brilhava em sua pele iluminada pelo reflexo da cidade despertando.
Ainda não acabou — disse, mordendo o lábio inferior.
Rafael sorriu cansado, mas faminto, puxando-a para um beijo profundo. — Com você, nunca acaba.
