O relógio marcava quase meia-noite quando Ana entrou no saguão iluminado do hotel cinco estrelas. Os saltos de verniz ecoavam no mármore frio, atraindo olhares curiosos. O vestido preto colava ao corpo como uma segunda pele, o decote ousado deixando escapar o brilho de uma gargantilha prateada que cintilava sob as luzes douradas. Gabriel a esperava no bar, sentado em uma poltrona de couro, a taça de uísque entre os dedos longos e firmes. O olhar dele, escuro e penetrante, acompanhava cada passo dela com uma fome que dispensava palavras.
Ana parou diante dele, inclinou-se levemente e deixou o perfume adocicado envolver o ar entre os dois. "Subimos?", provocou, a boca quase roçando a orelha dele, a voz baixa e carregada de intenção. Gabriel ergueu uma sobrancelha e sorriu com a calma de quem já sabia que perderia o controle. Sem hesitar, deixou a taça de lado, segurou a mão dela e a conduziu ao elevador.
No trajeto até a cobertura, o silêncio era quebrado apenas pelo som mecânico da subida e pela respiração contida. Os olhos se encontravam em reflexos nos espelhos, criando uma tensão quase palpável. Quando a porta finalmente se abriu, Ana não esperou: empurrou Gabriel contra a parede, os lábios colidindo num beijo urgente, cheio de dentes e língua. O terno caro dele foi sendo arrancado com impaciência, os botões da camisa saltando enquanto as mãos dela percorriam o peito quente e definido.
Gabriel reagiu como quem desperta um instinto: agarrou-a pela cintura e a ergueu no ar, o corpo dela prensado contra a parede do quarto. Ana gemeu baixo, as pernas envolvendo-o com força, o vestido subindo até a metade das coxas. Ele atravessou o espaço até a sala da suíte, jogando-a sobre a mesa de vidro. O som seco ecoou pelo ambiente luxuoso, junto do barulho do salto dela batendo no chão e da respiração ofegante que preenchia o ar.
O vestido deslizou por seu corpo como seda em chamas, revelando uma lingerie de renda preta que parecia feita sob medida para torturar. Gabriel parou por um instante, apenas a observando, os dedos traçando linhas pela pele clara iluminada pelo reflexo da cidade nas janelas. "Você planejou me enlouquecer, não foi?", murmurou com a voz grave. Ana inclinou a cabeça, um sorriso malicioso no rosto: "E se eu disser que sim?".
Ele a pegou no colo de novo, caminhando até a cama king size, onde a deitou com firmeza. O corpo dela arqueou ao sentir o peso dele por cima, o calor da respiração no pescoço, os beijos úmidos descendo pelo colo, abrindo caminho entre gemidos contidos. As mãos dele exploravam cada curva, cada centímetro da pele quente, apertando, provocando, arrancando suspiros. Os movimentos começaram lentos, calculados, como se quisessem prolongar a tortura, até que a fome tomou conta dos dois. O quarto se encheu de gemidos altos, do ranger da cama contra o chão, de palavras sujas sussurradas entre beijos e mordidas.
O tempo parecia suspenso. Entre uma pausa e outra, taças de vinho eram roubadas da mesa de canto, o líquido escorrendo pelos lábios dela, que Gabriel lambia com gosto. Ela o empurrou, invertendo posições, montando sobre ele com uma confiança dominadora. Os quadris de Ana se moviam em ritmo lento, provocante, cada rebolado arrancando dele um grunhido mais profundo. "Você gosta quando eu mando, não é?", sussurrou contra a boca dele. Gabriel respondeu apenas segurando seus quadris com força, os dedos marcando a pele, como se a posse fosse sua forma de resposta.
Quando o sol começou a nascer no horizonte, a luz dourada atravessou as cortinas pesadas da suíte, iluminando corpos suados e entrelaçados nos lençóis amarrotados. Ana, ainda sobre ele, rebolava em movimentos mais suaves, quase preguiçosos, arrancando dele suspiros entrecortados. "Ainda não acabou", disse, mordendo o lábio inferior, os olhos brilhando com malícia. Gabriel sorriu cansado, mas faminto, puxando-a para um beijo profundo. "Com você, nunca acaba."