O vagão seguia embalado pelo ritmo constante dos trilhos, cortando a madrugada silenciosa. As luzes amareladas criavam sombras suaves, refletindo nos vidros da janela. Sofia estava sozinha em seu assento, olhando a lua cheia lá fora, quando percebeu que não estava mais tão só.
Lucas, algumas fileiras atrás, mudou de lugar e se sentou ao lado dela. Trajava uma jaqueta de couro escura, e o sorriso era discreto, quase cúmplice.
Difícil dormir com uma vista dessas, não acha? — ele disse, a voz baixa, rouca.
Sofia apenas assentiu, mas não desviou os olhos. A tensão no ar era quase palpável, como se ambos estivessem à espera de um sinal que autorizasse o inevitável.
O trem mergulhou em um túnel e a escuridão repentina serviu como desculpa. Os lábios dele encontraram os dela num beijo rápido, intenso, cheio da urgência de quem não queria perder a chance. Quando a luz voltou, estavam colados, respirando forte, como se não houvesse retorno.
As mãos de Lucas deslizaram sob o casaco dela, explorando a curva da cintura. Sofia gemeu baixo, agarrando sua nuca, puxando-o para mais um beijo profundo. O balanço do vagão parecia ditar o ritmo dos corpos, cada sacolejo intensificando o contato.
Ela se inclinou, o corpo pressionado contra o dele, enquanto as cortinas finas escondiam parcialmente a cena proibida. A respiração entrecortada, os beijos urgentes, as mãos ousadas e tudo era amplificado pelo risco de serem descobertos a qualquer instante.
Isso é loucura… — Sofia sussurrou entre um beijo e outro.
Então vamos enlouquecer juntos , ele respondeu, segurando-a firme pela cintura.
O som dos trilhos abafava gemidos, o coração dela batia no mesmo compasso frenético do trem. Quando finalmente se afastaram, ofegantes, os olhos trocados diziam mais que palavras: aquela viagem não seria esquecida.
